quarta-feira, 12 de maio de 2010

Luzes da Ribalta

Deixo aqui para vocês um texto que publiquei no meu blog. Esse é só para começar!




Luzes da Ribalta

A música... Sempre a música. Não como ofício, mas como um conforto pra alma.
Há anos convivo com essa arte que me dá tanto prazer, e sempre me pergunto o que ela tem de tão especial. Será o compasso, a nota certa, ou a forma de tocar perfeitamente? Não, isso é papo pra músico chato... Conheço vários.

Essa arte tem outros poderes. E eles se escondem dentro de todos nós. Ficam guardados naquela caixinha. Isso! Aquela caixinha cheia de poeira que teimamos abrir quando precisamos. Quem não tem uma canção para lembrar um amor, ou de um momento importante na vida? Eu tenho várias.

Agora me veio à voz de Frank –Blue Eyes- Sinatra.
Lembro do meu “veio” Pai ouvindo isso em casa. Quanta saudade. Esse é o cara pra ele. Ele sabe! Sempre soube!

A mãe nunca foi ligada nisso, embora tivesse a música correndo nas veias. “Sempre foi daquelas pessoas que curtem o que lhe apresentam: -” Muito linda essa música, meu filho”. Entenderam?
Sempre teve cautela ao mencionar os feitos da prole. É a típica mãe coruja, mas nunca perde a elegância. “Só não falem mal dos meus pimpolhos”.

A gente vai ficando mais velho, experiente, nem tanto, mas outras trilhas vão se formando.

O autor do texto nunca foi fã de programas infantis, mas confessa que gosta de Punct-Plact –Zumm...Eita! Muita gente boa fazendo parte do projeto.

Daí, descobri as guitarras e “loucuras” do Rock´n Roll... Maldito, Bendito... Rsrsrsrsrs. Opa!!. O moleque se encontra. E na época devia ter uns nove para dez anos.

No condomínio onde morava, a molecada vivia da seguinte maneira: Escola, pelada, almoço, pelada. E entre as conversas sobre futebol, a Playboy do mês- devidamente proibida pelos pais- e a próxima traquinagem que aprontaríamos, aos poucos surgiam os nomes que mudaram vidas, inclusive a minha.
No início, Queen, The Police (os reis das festinhas), Kiss, AC/DC, entre outros, comandavam as conversas, enquanto em casa, Tom, Tonny, Frank e Chico bombavam.Música de primeira.
Estava tentando entender o que aqueles GÊNIOS faziam.

“- O melhor guitarrista é Angus Young”- dizia alguém. _” Não, você tem que ouvir um tal de Eddie Van- Halen”. Ouvi. F... - “O que esse maluco tá fazendo? “-. A cabeça pirou. Passei a ouvir Eddie e sua trupe todos os dias.
Tempos depois um amigo me apresentou Iron Maiden. De início achei pesado. “666, the Number of the Beast?” – Tô fora! Porém, me rendi às loucuras deles, e, principalmente, à guitarra de Adrian Smith. Pressão.

Pouco tempo passa, e um amigo nos faz um convite: “Galera, meu irmão (mais velho que nós) arrumou um VHS de uma banda que só tem três caras no palco, mas soa como um quinteto”. Achamos interessante e impossível. Não conhecíamos nada, muito menos sobre guitarras, baixo, bateria e tecnologia.

Sábado à tarde a cambada estava reunida no quarto do tal irmão mais velho. Devidamente sentados no chão, esperávamos atenciosamente o momento do play no vídeo-cassete (lembram?). A sessão começa: A equipe montando o equipamento, detalhes dos três, etc...

O cara narigudo, com um baixo pendurado, chega ao microfone e diz: ” Blá,blá,blá, this is living in a “ Limelight”.Soa o riff...Tudo mudou pra mim.
Fui devidamente apresentado a minha banda favorita, e, com certeza, aos Três Patetas que me fizeram seguir a carreira de músico. ”Esse é o RUSH”- disse o coroa do recinto.

Aquilo tudo era novidade. A bateria tinha “um milhão” de peças. O guitarrista tocava com uma guitarra de dois braços, apertava uns pedais. O Narigudo tocava baixo, teclado, sapateava nuns pedais e ainda cantava." Esses caras vieram de outro mundo".

Pois bem! Nesse momento decidi que isso era o que eu queria.

Tocar o coração das pessoas com minha música, ser um bom instrumentista, compositor, etc...

Quase trinta anos se passaram. Problemas na audição e no punho (L.E.R.) surgiram, mas continuo com a mesma paixão pela música. Pela nota mais bela, pelo silêncio respeitado numa canção... E querendo, sempre, tocar o coração dos ouvintes.

Façamos arte... Façamos MÚSICA.


por Serginho Ferreira

2 comentários:

  1. Uma homenagem feita ao LS Jack: http://tantoscaminhosisadora.blogspot.com/2010/05/uma-noite-memoravel.html

    Um beijo,
    Isadora

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  2. Adorei o texto!(:
    sempre bom ver coisas que incentivam a arte(independente de qual seja) ,num país onde fazer faculdade de artes ainda é estranho e não é levado a sério.Sei pq é o que acontece comigo!
    Façamos arte [2]
    o/

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